9 de dez. de 2011

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Em determinado momento, de manhã, ouvi na minha alma estas palavras: Vai falar com a Madre Geral e diz-lhe que determina coisa não Me agrada em tal Casa. O que era não posso dizer, nem qual a Casa, mas à Madre Geral eu disse, embora isso me tenha custado muito.

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Em determinado momento, tomei sobre mim uma terrível tentação de que uma das nossas educandas na casa de Varsóvia estava atormentada. Era a tentação de suicídio. Durante sete dias sofri, depois de sete dias, Jesus lhe concedeu a graça, e então também eu deixei de sofrer. Tinha sido um grande sofrimento. Frequentemente assumo os tormentos de nossas educandas. Jesus permite que o fala – e também os confessores.

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O meu coração é uma contínua morada para Jesus. Além de Jesus, ninguém tem acesso a ele. De Jesus tiro forças para a luta com todas as dificuldades e contrariedades. Desejo ser transformada em Jesus, para me poder oferecer pelas almas com perfeição. Sem Jesus não me aproximaria das almas, porque sei o que sou por mim mesma. Procuro me impregnar de Deus, para entregá-Lo às almas.

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+27.03. Desejo me esforçar, trabalhar, aniquilar-me pela nossa obra de salvar as almas imortais. Não importa se esses esforços abreviarem minha vida, pois ela já não me pertence, mas é propriedade da Congregação. Desejo ser útil a toda a Igreja pela fidelidade à minha Congregação.

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Ó Jesus, hoje a minha alma está como perturbada pelo sofrimento. Nem um raio de luz. A tempestade se enfurece e Jesus está dormindo. Ó meu Mestre, não vou despertar-Vos, não Vos interromperei o doce sono. Eu creio que Vós me fortaleceis, mesmo sem que eu o saiba.
Há horas inteiras em que Vos adoro, ó Pão Vivo, no meio às grandes securas da alma. Ó Jesus, puro amor, não necessito de consolos, pois alimento-me da Vossa vontade – Ó Altíssimo, a Vossa vontade é o objetivo da minha existência! Parece-me que o mundo todo está a me servir e de mim depende. Vós, Senhor, compreendeis a minha alma em todos os seus anseios.
Jesus, quando eu mesma não posso cantar-Vos um hino de amor, admiro o canto dos Serafins, por Vós tão amados. Desejo, a exemplo deles, mergulhar em Vós. Nada conseguirá deter um amor assim, porque nenhuma força tem poder sobre ele. Ele é como o relâmpago que ilumina a escuridão, mas não permanece nela. Ó meu Mestre, formai Vós mesmo a minha alma de acordo com Vossa vontade e os Vossos eternos desígnios!

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Uma certa pessoa como que assumiu a tarefa de me exercitar na virtude de todas as maneiras possíveis. Um dia, encontrou-me no corredor e começou a dizer que ela não tinha autoridade para me chamar a atenção, mas ordenou que eu permanecesse no corredor durante meia hora, diante da pequena capela, e aguardasse a Madre Superiora e, quando viesse depois do recreio, me acusasse de uma série de coisas que ela própria enumerou. E, embora não tivesse no meu íntimo a mínima consciência de cada culpa, obedeci e esperei meia hora pela Superiora. Cada uma das Irmãs que passava por mim olhava-me com um sorriso.
Quando me acusei à Madre Superiora, esta me enviou ao confessor. Quando fui me confessar, o sacerdote logo percebeu que se tratava de alguma coisa que não provinha da minha própria alma, e que eu não tinha a mínima idéia sobre essas coisas e admirou-se de que essa pessoa pudesse dispor-me a dar tais ordens.

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Ó Igreja de Deus, tu és a melhor Mãe, só tu sabes educar e fazer a alma crescer! Oh! Que grande amor e veneração tenho para com a Igreja – essa melhor Mãe.
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O meu silêncio para Jesus. Procurava guardar um grande recolhimento por Jesus. E, mesmo no meio da maior algazarra, Jesus tinha sempre o silêncio reservado no meu coração, embora muitas vezes isso me custasse muito. Mas por Jesus o que é que poderá ser demasiado, por Aquele, a Quem amo com todas as forças da minha alma?

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Hoje Jesus me disse: Desejo que conheças mais a fundo o Meu amor, de que está inflamado o Meu Coração pelas almas, e compreenderás isso quando refletires sobre a Minha Paixão. Invoca a Minha misericórdia para com os pecadores, pois desejo a salvação deles. Quando de coração contrito e confiante rezares essa oração por algum pecador, Eu lhe darei a graça da conversão. Esta pequena prece é a seguinte:

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- Ó Sangue e Água que jorrastes do Coração de Jesus como fonte de misericórdia para nós, eu confio em Vós!


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Nos últimos dias do Carnaval, quando fazia a Hora Santa, vi Nosso Senhor no momento da flagelação. Oh! Que suplício inconcebível! Como Jesus sofreu terrivelmente quando foi flagelado! Ó pobres pecadores, como será o vosso encontro no dia do Juízo com esse Jesus a quem agora assim tão cruelmente martirizais? O Seu Sangue corria pelo chão e, em alguns lugares, o corpo começou a desencarnar-se. E vi nas costas alguns dos Seus Ossos despidos de carne... Jesus silencioso, gemia e suspirava.

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Em determinado momento, Jesus deu-me a conhecer como Lhe é agradável a alma que cumpre fielmente a regra. Ela receberá maior recompensa pela observância da regra do que pelas penitências e grandes mortificações. Se estas últimas são empreendidas fora da regra, embora também recebam sua recompensa, não superarão aquelas que vem da regra.


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Durante uma adoração, Jesus exigiu de mim que eu me oferecesse a Ele em oblação para um certo sofrimento, que devia servir de reparação na causa de Deus, não somente dos pecados do mundo em geral, mas, em particular, pelas faltas cometidas nesta Casa. Imediatamente disse que sim, que estava pronta. Jesus deu-me então a conhecer o que eu teria de sofrer, passando diante dos olhos da minha alma, um por um, todos esses padecimento. Primeiro eram as minhas intenções que não seriam reconhecidas; depois de diversas suspeitas e desconfianças, todo tipo de humilhações e contrariedades. Não estou mencionando tudo aqui. Tudo apresentou-se aos olhos da minha alma como uma tempestade escura da qual logo deviam cair raios, esperando apenas o meu consentimento. Por um momento, apavorou-se a minha natureza. Mas, logo tocou a sineta para o almoço. Saí da capela tremendo e indecisa. Mas esse sacrifício permanecia continuamente diante de mim, já que nem tinha decidido aceitá-lo, nem o negara ao Senhor. Queria sujeitar-me à Sua Vontade. Se o próprio Jesus me impusesse esse sacrifício, estaria de imediato pronta. Mas Jesus deu-me a conhecer que eu mesma devia dar o meu consentimento voluntário e aceitá-lo em plena consciência, pois de outra forma não teria nenhum valor. Todo o seu poder consistia no meu ato espontâneo diante d’Ele e ao mesmo tempo o Senhor deu-me a conhecer o que estava ao meu alcance. Podia fazê-lo, mas também [podia] não o fazer. E imediatamente respondi: “Jesus, aceito tudo o que quiserdes me enviar, confio na Vossa Bondade.” Imediatamente percebi que por esse ato tinha prestado grande glória a Deus. Contudo, armei-me de paciência. Quando saí da capela, logo enfrentei a realidade. Não quero descrever o sofrimento em detalhes, mas havia tanto quanto eu podia carregar, não suportaria nem uma gota a mais.